Agronegócios
Indicador do boi bate dois recordes na mesma semana e tem potencial para novas altas, diz pesquisador do Cepea
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O indicador boi gordo Cepea/B3 atingiu dois preços recordes nesta semana, sendo que na segunda-feira (08) o preço chegou a R$ 307,50/@ e na quarta-feira (10) que ficou cotado a R$ 308,80/@. O pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, destacou que os preços têm potencial para alcançar novas máximas.
“É recorde atrás de recorde. Isso é resultado da oferta e demanda, mas principalmente da falta de animais terminados nas últimas semanas. Após o feriado de ano novo lunar, a China voltou às compras com mais intensidade e tem contribuído para a valorização da arroba”, informou em entrevista ao Notícias Agrícolas.
As exportações de carne bovina iniciaram o ano de 2021 patinando frente ao observado no mesmo período do ano passado, mas houve uma retomada dos embarques no final de fevereiro e início de março. “Exportamos 30 mil toneladas em cinco dias úteis em março e a média diária ficou em 6,1 mil toneladas. Se esse ritmo continuar nas próximas semanas podemos alcançar 120 mil toneladas até o final do mês”, comentou.
No mercado internacional, a arroba começa a ficar mais cara com a valorização do dólar. “É preciso acompanhar esse cenário, pois a China vai continuar comprando e o câmbio deve ajudar nas exportações. Porém, quando o dólar começa a se valorizar a arroba começa a perder competitividade”, aponta.
O preço da arroba em dólar está ao redor de US $54,60 e ainda está competitivo no mercado internacional. “Temos países com a arroba em dólar mais elevada que a brasileira, como a Austrália, Estados Unidos e Uruguai. Não temos só a China como comprador e para os outros países que compram a carne brasileira esse valor da arroba já começa a pesar”, disse Carvalho.
O momento é de atenção para o consumo de carne bovina no mercado doméstico com a alta taxa de desemprego e retirada do auxílio emergencial. “Desde setembro de 2020 que o preço do boi gordo está mais caro que os valores da carne no atacado. Os frigoríficos estão com dificuldade em repassar os preços da carne com o escoamento lento”, ressalta.
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